Empreendedores que inspiram: Robinson Shiba – China in Box.

2 de abril de 2018
Empreendedores que inspiram: Robinson Shiba – China in Box.

Robinson Shiba, é o nosso primeiro grande empresário que vamos estar comentando na nossa série de empreendedores que inspiram,  Robinson Shiba é o dono e fundador da famosa companhia de comidas chinesas China in Box e ainda pioneiro na questão de Delivery em caixinhas.

Nascido em Maringá, no interior do Paraná. É filho de um dentista e de uma dona de casa. Quando ele tinha  apenas 3 anos de idade, ele e sua família se  mudaram para São Paulo, onde meu avô materno queria que meu pai fosse sócio numa loja de material de construção. Moravam em  uma casa que ficava nos fundos da loja. Ao voltar da escola, costumava ficar horas vendo meu avô fazer negócio.

Seu pai havia aberto um consultório de odontologia em São Paulo e se dividia entre o comércio e os pacientes. Inspirado em seu pai, Robinson, decidiu entrar na faculdade de odontologia com a ideia de ganhar dinheiro para investir num negócio próprio.

Em 1989, ainda faltavam dois semestres para ele concluir o curso de odontologia. Então ele teve a ideia de aproveitar as férias da faculdade e passar dois meses nos Estados Unidos estudando inglês. Ao chegar lá, procurou logo um emprego para ter meu próprio dinheiro. Ele relata que como entregador de pizza ou ajudante de cozinha, ele podia ganhar o suficiente para se manter nos Estados Unidos o tempo que quisesse. Então ele acabou trancando a faculdade e ficou mais de um ano no exterior, trabalhando e estudando o seu inglês.

Durante essa temporada nos Estados Unidos ele foi contratado para lavar louça em um restaurante chinês. Então, ali ele teve a brilhante ideia e  percebeu que boa parte dos clientes pedia que a refeição fosse entregue em casa, naquelas caixinhas de papelão que no Brasil só se conhecia nos filmes.

Ele achou  que poderia ser uma boa ideia abrir um negócio parecido em São Paulo, o que foi uma ótima ideia para aquela situação atual. Naquele tempo em São Paulo, quem quisesse pedir comida em domicílio tinha poucas opções, como pizzas e sanduíches.

Quando ele finalmente voltou a São Paulo ele ficou decidido a abrir um tele-entrega de comida chinesa em caixas de papel, como conhecera nos Estados Unidos. o que foi uma ideia pioneira  Pediu então ao seu pai um empréstimo para começar os negócios. Ele impôs uma condição — primeiro, Robinson deveria terminar a faculdade e depois ele concederia o empréstimo. Como só faltava um ano para acabar o curso de odontologia ele acabou, concordando.

Os seus planos acabaram sendo destruídos um pouco depois de ele se  formar, quando o governo bloqueou as contas bancárias durante o Plano Collor. Seu pai não pôde sacar o dinheiro que ele prometeu emprestar. O máximo que ele conseguiu fazer foi ajudar o Robinson a abrir um consultório de dentista. Mas mesmo com isso ele não se deixou abalar e continuava em sua cabeça o plano de abrir o seu próprio negócio.

Ser dentista para ele na época não era um mau negócio. Um ano depois de formado, ele já tinha três consultórios. Mas ele sempre lembrava dos planos de vender comida chinesa, mas não tinha tomado nenhuma atitude cabível. Só decidiu levar o projeto adiante quando viu que estavam surgindo redes de fast food chinês nas praças de alimentação dos shopping centers.

Convenceu seu pai então a vender um apartamento para investir no novo negócio. Ele acabou também vendendo dois dos seus consultórios. Ele já havia se casado,  e tinha um filho recém-nascido e não queria arriscar tudo então ficou com um consultório.

Abriu a primeira China in Box em São Paulo em outubro de 1992. No começo, ele mesmo distribuiu panfletos nos prédios da vizinhança. Ele deixava um maço de folhetos com os porteiros dos prédios, a quem oferecia vales-yakissoba para que ajudassem na divulgação.

Em dois anos, ele já tinha seis lojas. Alguns clientes começaram a perguntar se vendiam franquias. Às vezes, respondia brincando que não, o meu negócio era vender yakissoba e frango xadrez.

Mas então decidiu se informar melhor sobre franquias. Contratou um consultor para  ajudar a entender como funcionava esse modelo de negócios. Estudou um pouco o assunto e, em 1994, decidiu transformar a China in Box em uma franqueadora. Em menos de dois anos, a China in Box já tinha 60 unidades franqueadas. Ele cuidava de quase tudo sozinho — escolhia os franqueados, os pontos de venda e dava treinamento aos funcionários.

Nessa época, as deficiências do negócio eram mascaradas pelo crescimento. Até que, em 1998, os problemas começaram a aparecer. Perdeu o controle dos custos. Passou a ter dificuldade para saber quais pratos eram rentáveis e quais davam prejuízo. Cada franqueado agia da maneira que achava melhor, e a rede começou a perder padrão. Foi preciso parar com  o crescimento e arrumar a casa. Levou dois anos para concluir o trabalho. Ele contratou funcionários experientes para ajudar na gestão e passou a se dedicar a funções mais estratégicas, como planejar a expansão e negociar com fornecedores.

No período mais difícil,  ele cita a seguinte frase  – ” aprendi que um empreendedor não pode ser cabeça dura a ponto de não voltar atrás quando suas ideias dão errado”.  No final dos anos 90, fez duas tentativas de internacionalizar a China in Box, abrindo unidades na Argentina e no México.

Como os resultados não apareceram na Argentina e no México, agiu rapidamente para encerrar a operação no exterior. Em compensação, foi bem sucedido quando criou  o Brevità, um tele-entrega de comida italiana que funciona dentro de algumas unidades China in Box para aproveitar a ociosidade na cozinha e dos entregadores.

“Como inúmeros empreendedores, sempre fui impulsivo para aproveitar qualquer oportunidade que surgisse. Exemplo disso é que, dois meses depois de inaugurar a China in Box, abri com meu amigo Carlos Sadaki uma loja de produtos japoneses num shopping paulista. Para aproveitar o espaço, decidimos montar um balcão de sushi, que em pouco tempo se tornou a principal fonte de receitas “, completa ele.

Meses depois, transformaram a loja num fast food de comida japonesa, que cresceu como uma rede independente, a Gendai. Durante boa parte do tempo, ele foi apenas um investidor, sem se envolver na gestão.

Há três anos, ele e o  Sadaki decidiram juntar a China in Box e a Gendai em uma empresa só, e criaram então a Trend Foods. Hoje, o grupo tem mais de 200 unidades com as marcas Gendai, China in Box, Brevità e Owan, um fast food de comida asiática.

Ele comenta em entrevista que:

” Nosso foco agora é crescer atendendo os consumidores emergentes. No ano passado, nós encomendamos uma pesquisa de mercado para saber como atrair mais clientes com esse perfil. Descobrimos que eles preferem sair de casa para comer e fazer um programa familiar. Por isso comecei a colocar mesas e cadeiras em todas as nossas unidades, que antes funcionavam só como tele-entrega. Também quero aproveitar a expansão dos shop­ping centers, onde vou abrir fran­quias da China in Box nos próximos meses. Em cinco anos, planejo aumentar as receitas em 50%. Para um dentista que pensava em vender yakissoba para ter uma renda extra, até que fui bem longe, não? “.

E como foi longe não é, devemos sempre ter um olhar visionário para as coisas, e mesmo com as maiores dificuldades não se deixar abalar e sim focar na solução por mais demorada que ela seja.

Fonte: ibccoaching e entrevista a revista exame.