Quer você o ame, quer você o odeie, Donald Trump tem muita a ensinar!

26 de janeiro de 2017
Quer você o ame, quer você o odeie, Donald Trump tem muita a ensinar!

Quer você goste, quer você não goste, Donald Trump venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Hoje conhece-se um pouco mais desse “self made man” que personifica como poucos o famoso “American dream” e o sucesso individual.

Com um milhão investiu forte no imobiliário e, por quatro vezes, faliu e outras tantas vezes se reergueu, aprendeu a dominar o mainstream, marcando pontos como o famoso apresentador da versão americana do reality show “O aprendiz”.

Apostou no jogo, em restauração e diversificou o risco, tornou-se multimilionário e escreveu livros, conquistando o respeito como opinion leader muito antes da imensa vaga de escritores de autoajuda e com soluções para tudo e todos.

Evoluiu fora do sistema, que sempre criticou e foi criando uma aura de poder econômico bem ostentado na sua famosa e opulenta “Trump Tower” em plena Nova York.

Foi lidando com diferentes realidades e cedo percebeu o País onde cresceu, casou por várias vezes, teve vários filhos.

Sentiu as suas divisões, conheceu as suas fragilidades e foi cimentando o desejo de quebrar o sistema, ousando candidatar-se à Casa Branca.

Venceu primárias, derrotou candidatos atrás de candidatos e perante um partido conservador e que não o apoiava soube impor-se pela força esmagadora dos votos que ia granjeando junto das imensas hostes de descontentes e que não se sentiam representadas pela pouco arrojada Hillary Clinton.

Com um estilo truculento e desafiador foi cativando os mais descontentes na multiétnica e imensamente heterogênea América.

Contra todos os prognósticos, contra todo o establishment, contra quase todos os meios de comunicação e mesmo que você não concorde com suas ideias e ditos polêmicos, não tem como negar que podemos extrair da trajetória desse polêmico magnata lições e conselhos úteis para empreendedores.

Sim, concordamos que Trump é soberbo, beirando a megalomania, pouco empático e que é frequentemente retratado como um homem preocupado unicamente com seus benefícios (pelo menos é assim que a grande mídia o apresenta).

Confessamos que a princípio não parecem características muito úteis para triunfar no mundo dos negócios (onde já triunfou, certamente), nem na política (onde… bem, você já sabe).

Vamos analisar as lições da eleição de Donald Trump à luz do empreendedorismo? Goste ou não, você verá que é possível sim grandes lições surgirem de onde menos se espera, acompanhe:

Identifique uma necessidade no mercado.

Se há algo que não se pode negar aos populistas é sua conexão com as pessoas e seus possíveis anseios (ou aparente conexão).

Trump disparou em várias direções e não poupou ninguém ao veneno das suas críticas mordazes mas, com esta aparente falta de tática, mostrou dominar as correntes de opinião e o modo como se formam no seio das comunidades.

E assim sendo, acabou conquistando espaço entre as mulheres que não se sentiam representadas em Hillary, entre os negros que antes estiveram com Obama e mesmo entre alguns hispânicos, entretanto americanizados e já longe das suas raízes pobres.

Agitou, rompeu, sustentou, seduziu e ganhou. Tal como foi sempre assumindo que iria fazer! Esta crença também contribuiu para a certeza dos votantes.

Contra tudo e contra todos, tomou posições consoantes com o pensamento do americano médio, seu público-alvo.

Identificar de forma adequada às necessidades de seu público alvo é o primeiro passo para o sucesso de um empreendimento, não se apegue a ideias de negócios, apegue-se ao que o seu cliente quer!

Traga algo diferente

As ideias econômicas de Trump não são exatamente originais (protecionismo econômico, subvenção a setores ineficientes, encerramento do chamado Obamacare, etc), mas ele ousou “vender” seu programa como uma emenda ao poder estabelecido.

E além do mais é quase inédita sua rejeição pura e simples das políticas progressistas de seu antecessor Barack Obama e da rival Hillary Clinton. E depois de 8 anos da era Obama, o produto de Trump (suas propostas) parece novo.

Imagem de marca diferenciadora.

Talvez um dos principais ativos de Trump durante a corrida para a Casa Branca.

Ele soube tirar proveito da imagem de empresário de sucesso, que não é um político profissional, de carreira, que se rende aos lobbies e não cede a nenhum tipo de pressão, nem sequer a pressão de seu próprio partido (pelo menos vendeu essa imagem).

Sua “independência” e sua luta contra a chamada “carta” de Washington, o catapultaram até o cargo máximo de sua nação.

Você saberia elencar o que diferencia seu produto ou serviço de sua concorrência? Seus clientes reconhecem essa diferenciação?

Tenha um bom conceito de si mesmo(a) e siga sua intuição.

Ok, às vezes convém ter humildade para reconhecer as nossas limitações e saber pedir ajuda quando preciso.

Mas como estamos falando de Donald Trump: sua soberba e sua negativa em escutar conselhos de experts lhe trouxe bons resultados, afinal, já pensou se ele tivesse dado ouvidos às pesquisas?

E assim é para qualquer um; às vezes é preciso arriscar-se e seguir a própria intuição (baseada nas suas experiências anteriores e nos seus conhecimentos acumulados ao longo da vida profissional e pessoal) contra a corrente da opinião majoritária.

E em tempos de crise como o atual é normal que nossos ouvidos se cansem de tanta reclamação e desânimo com as estimativas que o mercado apresenta, com as análises de economistas, etc.

Obviamente, todo empreendedor que se preze sempre estará munido de números para gerir seu negócio, seja no caixa, nos indicadores da operação, etc, mas é importante lembrar que os números contam somente uma parte da história.

A outra deve ser escrita todos os dias, quando a intuição mostra que o que conta no longo prazo, é na verdade, os valores de um líder bem sucedido.

Por isso, convém que algumas vezes o empreendedor seja um “outsider”, ou seja, aquele que não se enquadra, que não faz questão de fazer parte de nenhum grupo determinado, alguém que de fora observa um determinado grupo; alguém dotado de um estilo de vida independente e alternativo.

Se a concorrência tem pontos fracos, aproveite.

Há que se reconhecer que esse ponto específico foi extremamente fácil para Trump, uma vez que a candidatura de Hillary Clinton padecia de enormes pontos fracos: salpicada por denúncias de corrupção, muito identificada com as elites políticas e financeiras e com um viés “progressista” que descontentava a muitos norte-americanos.

Aqui foi relativamente fácil para Trump diferenciar seu “produto” em relação ao de sua concorrência.

O quanto você conhece de seus principais concorrentes? Quais fraquezas que seus concorrentes possuem e que você pode tirar partido?

Sem falsa modéstia: ressalte seus pontos fortes.

Em consonância com o ponto anterior, não basta tirar proveito das fraquezas da concorrência é preciso também ressaltar os pontos fortes dos produtos e serviços que você possui.

O programa econômico de Trump não era muito, digamos, digerível para boa parte dos eleitores republicanos, o que o fez reforçar sua cruzada contra o “progressismo” dos democratas.

Sendo assim, suas ideias acabaram por seduzir um importante número de mulheres conservadoras, mesmo com a alegada misoginia do agora inquilino da Casa Branca.

Quais os pontos fortes de seu produto, serviço ou marca?

Busque seu nicho de mercado.

Meio que se tornou um mantra desta série que fazemos aqui no blog NxFácil sobre grandes empreendedores, não é mesmo?

Mas não tem como ser diferente, não se pode agradar a todos e isso Donald Trump tinha bem claro.

Embora também tenha se beneficiado da desmobilização democrata por uma candidata tão desmotivante, Trump conseguiu os votos entre o público branco, especialmente os de classe média e baixa.

O empreendedor deve ter bem claro para si qual é o seu público, para quem almeja vender, fazer negócios e dirigir-se especificamente a essa pretensa clientela.

Vale tanto para iniciativas de marketing, como de vendas e ajudará a obter bons resultados consumindo os menores recursos possíveis.

Negocie duramente.

Trump é um negociador muito agressivo, tanto em seus negócios como na política, tendo inclusive escrito um livro sobre a arte da negociação (“A Arte da Negociação escrito por Donald J. Trump e Tony Schwartz).

Negociar é uma constante para o empreendedor que deseja algo e para a contraparte que recebe algo.

Segundo alguns entendidos, o estilo de negociação de sucesso, o qual Trump adota, é aquele em que as partes saem com a sensação de que fizeram um bom negócio.

Naturalmente, nem sempre é fácil chegar a esse ponto.

Mas para desenvolvê-lo bem, é necessário conhecer algumas técnicas de negociação, separar as pessoas dos processos e partir do princípio de que o ideal é chegar a um acordo que seja o mais vantajoso para as partes.

Será que o mesmo sucederá em relação a sua proposta de construir um muro anti-imigração na fronteira com o México?

Divagações à parte, você se considera um(a) bom(a) negociador(a) ou deseja se tornar um(a)? Já fez algum negócio e se arrependeu mais tarde?

Use as emoções para se comunicar com o seu público.

Qualquer especialista em marketing sabe que o impacto das emoções é maior que o impacto de dados ou ações em si.

Trump soube manejar de modo magistral os medos e as expectativas de seus eleitores, para lançar suas mensagens sobre imigração, protecionismo econômico, política externa, etc.

O quanto você conhece de seu público alvo? Você conhece os medos e dores de sua clientela? Como sua empresa se comunica com seus consumidores?

Mensagens claras e diretas.

Trump não tem papas na língua e fala de maneira direta, sem pudores.

Não estamos fazendo apologia à grosseria e à truculência, para empreender, nos moldes do bilionário ocupante da Casa Branca, de forma alguma.

Mas certamente, se pudermos ser claros e transparentes em nossos negócios e consoantes com a verdade, muito melhor.

Empresas que utilizam a comunicação de forma eficaz em seus negócios e com isso são mais transparentes aos seus funcionários, clientes, fornecedores, ampliam a competitividade por estarem na preferência de seus consumidores, pois seus produtos/serviços condizem com as especificações e geram os resultados esperados.

Essas são algumas das lições que extraímos da candidatura do magnata Donald Trump na disputa pela presidência dos Estados Unidos, para o mundo do empreendedorismo.

Se você quiser lições de outras personalidades menos polêmicas você pode encontrar aqui, aqui, aqui, aqui e fique de olho em outras que ainda virão! 😉