A empresária Tania Gomes teve uma ideia inovadora a partir de um problema seu e, e também de mais cinco milhões de mulheres brasileiras que calçam número 33 ou 34: a escassa oferta de sapatos com baixa numeração.
O que levou Tânia à criação de um negócio altamente promissor, a boutique online 33e34 Shoes, especializada exclusivamente em calçados para esse segmento de público.
Tânia vendeu sua parte em uma empresa de marketing digital da qual era sócia e investiu o capital no negócio. Em seguida, conseguiu aporte de um investidor anjo. E assim se deu abertura da 33e34 Shoes.
Em janeiro de 2015, nasceu a marca e, meses depois, já contava com mais de 100 clientes de 11 estados e do Distrito Federal. A loja conquistou novos investimentos e, desde então, não para de crescer.
A ideia de vender sapatos exclusivamente para mulheres de pés pequenos foi inovadora, pois, por ser um universo menor de consumidores, os fabricantes produzem poucos pares ou acabam nem lançando sapatos nesta numeração. Dos 400 milhões de pares de sapatos fabricados por ano no Brasil, somente 3%, o equivalente a 12 milhões, é destinado aos 33 e 34.
A loja vende scarpins, sandálias, tênis, botas, entre outros, de 19 marcas conhecidas como Raphaella Booz, Picadilly e Usaflex. Atualmente são 220 modelos diferentes, divididos por categorias. Além disso, a 33e34 Shoes lançou sua própria linha de sapatos exclusivos.
Agora, um ano e meio após seu lançamento, a marca, que era exclusivamente um e-commerce, vai expandir para os espaços físicos. “Nossa loja multimarca já está pronta. Será nossa primeira store conception, um espaço multiuso, em São Paulo, onde vamos receber a comunidade e as clientes”, conta Tânia.
Além do nicho segmentado, uma grande parte do sucesso da 33e34 Shoes está na identificação das clientes com a CEO da empresa. “Compartilhamos da mesma satisfação, trocamos experiências e falamos a mesma linguagem. Essa cumplicidade faz com que tenhamos prazer em mimar o nosso público, em embalar os produtos com laço de fita e colocar sachê perfumado”, explica ela.
O propósito de contribuir para o empoderamento da mulher é outro fator determinante para o fortalecimento da marca. “Quando uma mulher calça um par de sapatos ela sente-se poderosa porque eles ajudam a construir uma imagem. Esse é o conceito que agregamos aos nossos produtos”, afirma a empreendedora.
Ela explica que para se destacar no segmento foi necessário bastante planejamento, porque quando se trabalha com um nicho muito específico, há a necessidade de ter produtos para pronta entrega. Ou seja, foi preciso comprar todo o estoque antes da abertura da loja.
Outro obstáculo encontrado foi o de explicar para os fornecedores que as compras seriam diferentes, já que ela só queria sapatos na numeração 33 e 34. “Isso sem falar que se tratava de uma mulher à frente de um negócio cujo nicho de mercado não fazia sentido num universo empresarial majoritariamente masculino”, completa Tânia.
Para a empresária, o empreendedorismo nem sempre é fácil e não significa riqueza em pouco tempo. “Empreender significa dar vida a um sonho, construir um legado e causar um impacto positivo na vida de outras pessoas. O ganho financeiro é uma consequência de um trabalho bem feito”, conclui.